quinta-feira, 31 de maio de 2012

Lagrimas que separam.


Então, no meio do nada, eu te encontrei, e disse com bastante felicidade no rosto:
-Ei, Deeh, olha aquilo!-falei apontando algo a nossa frente
-O que é aquilo? - perguntou ela curiosa
-Meu pequeno pedaço de mundo, ta vendo aquele pano de prato sujo? lembra dele? ainda tenho comigo.
Ela riu brevemente.
-E olha, ali no canto.. é aquela camisa de time velha, lembra dela?
Ela sorriu, baixou a cabeça, ajeitou seus cabelos com um leve movimento da cabeça.
-E olha só aquilo, uma camisa do santos e outra do Corinthians, tanta coisa boa de se lembrar ao ver aquilo, e você nunca mais me ligou.
Ela ficou muda e pensativa.
-Ei, ta vendo aquele tênis ali cor de vinho? costumava ser branco até você vomitar nele, mas eu nem me dei o trabalho de limpar!
Ela fez um movimento impaciente com as sombracelhas, levantando-as rapidamente.
- E olha só, nosso livro que a gente mal começou, tinha-mos tanto pra contar ali...
Sua expressão ficou na mesma.
Andamos por aquele espaço vazio que eu chamava de meu mundo e ela ali, muda, como se tivesse incomodada de estar ali novamente, até que ela reparou em algo que lhe chamou a atenção:
-O que é isso?
Respirei fundo, o ar começou a ficar gelado e pesado, mas respondi:
-Essa pequena caixa se chama VERDADE, mas você não pode abrir ela.
-Por que? -perguntou intrigada
-A verdade machuca, a verdade separa, a verdade condena, se faço o que faço e se fiz o que fiz, foi justamente pra lhe proteger da verdade.
-Me conta o que ela contem. - me perguntou com lagrimas nos olhos.
-Não serei eu quem irá lhe contar sobre ela, mas sim aquele senhor que vem ali atras de ti.
Ao se virar, ela se deparou com um homem velho, de barbas longas e brancas, que lhe tomou pelos braços e saiu levando ela para longe de mim, ela parecia assustada, mas partia sem olhar para trás, e eu fiquei assistindo ela partir, apenas pude escutar quando aquele velho homem lhe disse:
-Prazer, Desireé, eu sou o tempo.

Nenhum comentário: