terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Segunda chance

O chá na mesa esfriando. O relógio tiquetaqueando na parede da sala. Ela respirou e quis começar... Hesitou, desviou o olhar e pensou. Ele fez como sempre fazia quando ela perdia a coragem de falar... "Diz", ele pensou olhando para ela. Ela, com os olhos fixados nos dele começou, então.
- O meu maior medo era de te perder, de te machucar... De chegar aqui onde estamos hoje, e perceber que eu te perdi mesmo você sendo meu e eu sendo sua. Nunca te dei a chance de me fazer feliz "para sempre", nunca permiti que você entrasse em minha vida e a transformasse... Acho que o medo de amar você era grande. Tive medo de me entregar para você, porque sabia que se fizesse isso te amaria como jamais amei alguém, e um dia você poderia perceber que nunca me amou... Que era só paixão. Tive medo de um dia me sentir fraca com você; de te fazer infeliz... Esse foi o meu maior medo e o pior de tudo é que por sentir isso, acabei te fazendo infeliz. Porque todos esses anos estive longe de você, literalmente. - ela parou, respirou... olhou através da janela, e entre lágrimas continuou - Sei que pedir perdão já não adianta mais... Tantas vezes errei com você. Tantas vezes te pedi perdão... Tantas que a palavra já perdeu o valor. Eu não sei porque te fiz tão mal. E nunca saberei como concertar todos esses anos de erros.
[pausa longa]
- Não sei porque vim aqui, me desculpe te incomodar... Nunca deveria ter te procurado novamente. Vou embora. - ela levantou-se da poltrona e seguiu para a porta.
- Não vá, se está aqui é porque ainda me ama... Também errei muito com você, mas ainda temos tempo para corrigir nossos erros. - ele se aproximou dela, acariciou seu rosto e abraçou-a. - Eu te amo.
- Sempre te amei.

à R. Andrade
--
Sei que não sou indicada para falar em "segunda chance", ou milésima chance... Mas não há nada que cure os erros se não a segunda chance. Não há como saber se o final vai ser feliz, se não tentar.
Todos nós erramos, todos nós amamos alguém ou já confundimos paixão e amor. Todos já saímos feridos de alguma história.
Então, porque não tentar mais uma vez? Porque não amar e deixar ser amado?

Ame, enquanto há vida. E ame depois dela.


[Feito dela para mim]

Nenhum comentário: